Você já chegou animado à academia, começou o treino — e de repente se viu bocejando? Calma, isso é mais comum do que parece. O bocejo durante o exercício pode acontecer com qualquer pessoa, independentemente da idade, do sexo ou do nível de condicionamento físico. Mas afinal, por que isso acontece e o que é possível fazer a respeito?
O que a ciência sabe sobre o bocejo
Embora o bocejo pareça algo simples, sua causa ainda intriga os cientistas. Sabe-se que ele ocorre em diversas situações: quando estamos cansados, entediados, ansiosos, estressados, ao ver alguém bocejar, com mudanças de altitude e até durante a prática de atividades físicas. Esse reflexo é controlado involuntariamente pelo hipotálamo, mas também pode ser provocado de forma consciente — basta pensar nisso.
Estudos indicam que quase todos os vertebrados bocejam (com exceção das girafas). E, curiosamente, quanto maior o cérebro, mais longo tende a ser o bocejo — o que fortalece a teoria de que essa ação ajuda a resfriar o cérebro.
Durante os treinos, o corpo aquece naturalmente, e o bocejo pode ser um mecanismo de autorregulação para dissipar o calor cerebral. Além disso, ele libera uma substância bioquímica chamada surfactante, que reveste os alvéolos pulmonares, evitando o colapso das vias aéreas e facilitando a respiração — algo essencial durante o esforço físico.
As causas mais comuns de bocejar durante o exercício
Diversas razões podem explicar por que você boceja enquanto se exercita. As principais incluem:
1. Falta de foco e atenção
Pesquisas com imagens cerebrais mostram que o bocejo estimula uma região chamada precuneus, associada à consciência, à memória e à orientação espacial. Assim, bocejar pode ser uma forma do cérebro chamar sua atenção e melhorar a concentração no treino.
2. Cansaço ou ansiedade
O bocejo é um reflexo do corpo para se manter desperto. Ele aparece quando estamos sonolentos, entediados ou executando tarefas repetitivas. Durante o treino, pode sinalizar que o corpo precisa de descanso — ou que está sob estresse. Melhorar o sono e reduzir a ansiedade pode ajudar a diminuir a frequência desse reflexo.
3. Superaquecimento
O exercício aumenta a temperatura corporal e cerebral. Bocejar ajuda a liberar o calor e a resfriar o cérebro por meio da respiração de ar fresco e da movimentação dos músculos faciais. Esse processo melhora o funcionamento cognitivo e mantém o foco durante a atividade.
Quando o bocejo merece atenção médica?
Se você se sente bem e o bocejo ocorre de forma esporádica, não há motivo para preocupação. O corpo está apenas tentando equilibrar a temperatura ou manter o foco.
Por outro lado, é importante ficar atento caso o bocejo venha acompanhado de falta de ar. Isso pode estar relacionado ao uso de certos medicamentos (que elevam os níveis de serotonina), ao estresse ou, mais raramente, a problemas cardíacos, pulmonares ou respiratórios. Nesse caso, o ideal é procurar orientação médica.
Bocejar prejudica o desempenho físico?
Surpreendentemente, não. As evidências apontam que o bocejo pode até melhorar o desempenho nos treinos. O ato estimula o estado de alerta, aumenta a frequência cardíaca, ativa a resposta eletrodérmica da pele e alonga músculos e articulações — todos fatores que favorecem o rendimento físico.
Bocejar também ajuda a aliviar o estresse e a ansiedade, o que pode contribuir para uma performance melhor. Ou seja, se o bocejo não estiver atrapalhando o treino, ele pode até ser um aliado da motivação.
Como reduzir os bocejos durante o treino
Algumas atitudes simples podem ajudar a controlar os bocejos enquanto você se exercita:
- Observe quando eles ocorrem. Note se acontecem mais em determinados horários ou tipos de atividade e faça ajustes.
- Durma melhor. O cansaço pode ser o principal gatilho. Priorize noites de sono de qualidade.
- Respeite seus limites. O corpo pode estar sinalizando que precisa de pausas ou menos intensidade no treino.
Em resumo, bocejar durante o exercício é um reflexo natural do corpo para equilibrar a temperatura, manter a atenção ou aliviar o estresse. E, na maioria dos casos, não há com o que se preocupar.
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Fonte: SportLife


 
                                    